segunda-feira, 2 de julho de 2007




Composição de Formas

Para se desenvolver uma boa composição visual é necessário saber direcionar os olhos de quem está vendo para pontos importantes do seu layout, esse direcionamento deve ser consciente e planejado, saber equilibrar e dar movimento à composição serão os principais objetivos do designer.
Muitas vezes quando estivermos criando layout, vamos nos deparar com o problema da distribuição dos elementos gráficos. O designer deve tomar todas as decisões para a composição e os resultados dessas decisões determinam o objetivo e o significado do que é recebido pelo espectador! Assim sendo o designer exerce controle sobre o trabalho e direciona o projeto para o público que ele quer atingir.
Para obter um resultado compositivo satisfatório é preciso conhecer um pouco sobre como funciona a percepção humana e também algumas regras que para alguns é denominada programação visual intuitiva.

Equilíbrio
Equilíbrio é um elemento importantíssimo em toda criação, seja para uma página de Internet, revista impressa, panfletos ou obras de arte. É considerada referência visual mais forte para o homem, chamada de constante inconsciente formada pelos eixos vertical e horizontal.
O equilíbrio pode ser: simétrico, simétrico na forma e assimétrico na cor ou ainda ter uma simetria aproximada.
Equilíbrio num projeto gráfico significa saber distribuir com uniformidade os elementos gráficos que compõem o projeto, e também saber distribuir esses elementos pela sua importância, ou seja, saber qual destaque cada elemento gráfico merece receber dentro do layout.
Um layout equilibrado, é aquele sem grandes "buracos" entre os textos, imagens ou títulos, é importante distribuir os elementos gráficos proporcionalmente pela área de visão, e também buscar um equilíbrio das cores para que não ocorram grandes “quebras” no visual (a não ser que essa seja a sua intenção e seja muito bem elaborada para que não pareça um erro no final), procure utilizar poucas cores como base para a construção do layout.

Tensão
Tanto para o emissor quanto para o receptor da informação visual, a falta de equilíbrio e regularidade é um fator de desorientação.Sempre buscamos um eixo de retas perpendiculares para a área onde olhamos primeiro e reconhecemos a presença ou ausência de equilíbrio da forma.

Intuição
Um exemplo que ocorre com frequencia é que as pessoas costumam observar os detalhes de um desenho no sentido da esquerda para a direita, de cima para baixo, então é importante destacar algumas áreas num layout como sendo pontos "estratégicos", isso não precisa ser necessariamente uma regra a ser sempre seguida, e dependendo dos outros elementos contidos no "desenho" esses pontos "estratégicos" podem perder um pouco da sua força.
Em Web design podemos observar que na maioria das vezes a marca da empresa ou logotipo estão presentes no topo da página e no canto esquerdo superior, o que na teoria é o primeiro ponto observado num layout.
Menus sempre são procurados pelo espectador abaixo do topo ou a esquerda do layout, o endereço para contato, ou e-mail, quase sempre é o último tópico do menu, etc. É importante ter bom senso para não perdermos totalmente a intuição em um layout, isso sem perder a liberdade de criação.
Elementos Básicos

Os elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos, e seu número é reduzido: o ponto, a linha, a forma, a direção, o tom, a cor, a textura, a dimensão, a escala e o movimento. Com eles fazemos nossas combinações seletivas.
Uma determinada forma básica tem seu valor independente que pode ser modificado quando relacionado com outras formas.

O ponto
Qualquer ponto tem grande poder de atração visual sobre o olho, exista ele naturalmente ou tenha sido colocado pelo homem em resposta a um objetivo qualquer.
Fazemos o reconhecimento de formas através de um agrupamento de pontos. Ex.: régua, jogo de ligar os pontos.

A linha
Quando os pontos estão tão próximos entre si que se torna impossível identificá-los individualmente, aumenta a sensação de direção, e a cadeia de pontos se transforma em outro elemento visual distintivo: a linha.

A forma
Na linguagem das artes visuais, a linha articula a complexidade da forma. As 3 formas básicas são: círculo, triângulo equilátero e quadrado.
Todas as formas são figuras planas e simples, fundamentais, que podem ser facilmente descritas e construídas, tanto visual quanto verbalmente.
A partir da combinação e variações infinitas dessas três formas básicas, derivamos todas as formas físicas da natureza e da imaginação humana.

Direção
As formas básicas também apresentam direções característica a elas: horizontal e vertical, diagonal e curva.

Tom
As variações de luz ou de tom são os meios pelos quais distinguimos oticamente a complexidade da informação visual do ambiente. Vemos o que é escuro porque está próximo ou se superpõe ao claro, e vice-versa. As relações são sempre por comparação.

Cor
Em sua formulação mais simples, a estrutura da cor pode ser ensinada através do círculo cromático. As cores primárias (amarelo, vermelho e azul), e as cores secundárias (laranja, verde e violeta) aparecem no diagrama. Pode-se incluir também as cores intermediárias a essas.
Temos alguns pontos a ressaltar sobre cor: elas podem apresentar-se saturadas (cor com tom 100%) ou acromáticas (variação de tom de 99 a 1%).

Textura
A textura é o elemento visual que serve de substituto para as qualidades de outro sentido, o tato.

Escala
Todos os elementos visuais são capazes de se modificar e se definir uns aos outros. O processo constitui, em si, o elemento daquilo que chamamos de escala.
A escala pode ser estabelecida não só através do tamanho relativo das pistas visuais, mas também através das relações com o campo ou com o ambiente.

Dimensão
Nenhuma forma de representação da dimensão é possível sem a ilusão. A dimensão está sempre implícita na forma e depende das relações feitas na composição. Ela fica bem evidente nas composições que utilizam a perspectiva.

Movimento
O elemento visual do movimento se encontra mais frequentemente implícito do que explícito no modo visual. Porém, o movimento talvez seja uma das forças visuais mais dominantes da experiência humana.
O movimento da composição acontecesse por causa dos elementos compositivos que o cérebro busca através do olho como os eixos de equilíbrio e os sentidos e direções presentes.

A linguagem fotográfica

Um trabalho fotográfico possui vida própria. É, ou deve ser, justificado por si mesmo. Cada fotógrafo deve estar consciente da ação de fotografar, que além de "captar imagens", é um registro de sua opinião sobre as coisas, sobre o mundo. A sua abordagem sobre qualquer tema o define e o expressa.
Há aqueles que só aplicam a técnica fotográfica e outros que a utilizam como meio, extrapolando o seu bidimensionalismo, expandindo-se no tridimensional da informação e da expressão. Cabe a nós adequarmos a fotografia aos nossos sentimentos, sensibilidade e criatividade.
A fotografia tem linguagem própria e seus elementos podem ser manipulados pelo estudo e a pesquisa ou pela própria intuição do fotógrafo.
Temos que saber que o equipamento nos permite que a fotografia aconteça com certa precisão, mas estes aparatos somente são instrumentos que o fotógrafo utiliza dependendo do seu posicionamento, conhecimento e vivência da realidade que pretende retratar.
O fotógrafo deve utilizar o plano visual com elementos precisos, como se fosse uma "mala de viagem", cuja ocupação requer racionalidade e utilidade dos componentes. É a elaboração criativa destes elementos dentro do quadro visual , que permite a sintetização da idéia na retratação da realidade.
Os elementos da linguagem fotográfica
O estudo dos elementos da linguagem fotográfica interessa não só pela capacidade narrativa desses elementos, como também pelo seu conteúdo dramático.
Ocorre com todas as formas de comunicação, e, em particular, com as artes, por terem linguagem própria.
Na fotografia, a linguagem está relacionada às características, aos modos, pelos quais a fotografia existe. Para chegar a seu objetivo, necessita transpor um complexo processo técnico; e é este processo a base da linguagem fotográfica. A base técnica da realização da fotografia determina os elementos da linguagem.
O estudo da linguagem decorre da necessidade de "dizer" alguma coisa e é proveniente de um processo de experimentação dos recursos colocados à disposição da fotografia pela técnica.
Evidentemente, todo avanço técnico enriquece e modifica a linguagem; como exemplo podemos notar pela história, a mudança nos valores dos elementos da linguagem no surgimento da foto em cores.
Juiz de Fora (MG), Brazil
O Coletivo Fotográfico faz parte do Laboratório de jornalismo Gráfico e Visual da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora e responde por uma série de projetos de pesquisa e extensão no campo da fotografia e do design de jornais e revistas